quinta-feira, 22 de julho de 2010

Há diferença entre gêneros na aprendizagem?



Em artigo publicado no site PEDAGOBRASIL em que um levantamento bibliográfico que relacionou distúrbios de aprendizagem em meninos e meninas referentes às questões de gênero nos contextos: históricos, biológicos, sociais, educacionais, psicológicos e familiares, a psicopedagoga catarinense Janete Leony Vitorino constatou que há um expressivo apontamento para os meninos no que diz respeito a distúrbios de aprendizagem.




É importante ressaltar que o estudo não teve a intenção de obter conclusões definitivas, porém, o texto apresenta afirmações conclusivas baseadas em registros históricos sobre o assunto, que consideraram as características que tinham as primeiras escolas construídas no Brasil colônia e a influência destas sobre a desigualdade de aprendizado entre os gêneros masculino e feminino no país, bem como perspectivas biológicas que apontam para a diferença da chamada “maturidade biológica” entre os gêneros que pode também interferir na recepção do conhecimento na infância.


Há ainda um apontamento de que as mulheres contempladas com a maternidade passam e repassam valores, crenças, moral, saberes e poderes de forma diferenciada em meninos e meninas, desde o nascimento. Segundo a autora isso pode acarretar em prejuízos no aprendizado dos meninos, tendo-se em vista que as atribuições delegadas às meninas, é muito próxima do universo feminino, ou seja, os cuidados com a casa, com o fazer doméstico e com a maternidade e, esta mulher que educa meninos e meninas possui somente o conhecimento de seu mundo, ou seja de um mundo feminino, repassado a ela através de outras mulheres. Os meninos não lhes são cobrados tais responsabilidades, pois o mundo feminino não os identifica enquanto universo masculino.


Dessa forma, o artigo ressalta também uma realidade ainda bastante forte na sociedade brasileira, o entrave: agressividade condicionada aos meninos contra a docilidade das meninas. Este mecanismo faz com que meninos e meninas sejam educados de maneiras diferentes, e antigos conceitos ainda prevaleçam como o de que cabe a mulher o papel e a função de educadora, seja enquanto mãe, professora, responsável ou cuidadora, tendo-se a consciência que o papel educativo de uma criança não cabe tão e somente à mulher, mas sim as demais pessoas que podem influenciar em seu comportamento.


Independente da opinião de cada um sobre essa polêmica, uma citação da psicopedagoga é bastante relevante, a de que os educadores devem sim atentar a essa questão em quaisquer que sejam os modelos de aprendizagem que vão aplicar em seus alunos: “...a necessidade de que profissionais ligados à educação e aprendizagem em geral deveriam iniciar reflexões a respeito das desigualdades relacionadas com distúrbios de aprendizagem e gênero, no entanto, apesar de existirem diversas teorias que tentam explicar a relação entre distúrbios de aprendizagem e gênero, apontando que meninos teriam mais probabilidades de apresentarem distúrbios de aprendizagem do que meninas, ainda não existem dados conclusivos que reforcem qualquer um dos contextos mencionado anteriormente como sendo causador universal, porém, existe sim, a necessidade de contextualização em qualquer distúrbio que seja observado em nível de dificuldade de aprendizagem e gênero, contemplando esta abrangência temática como relevância acadêmica e social.



Juliana Venancio Narciso - RA 1015637

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